Apresentação
A criação do curso de Agronomia em 30 de março de 1918 foi consequência de uma caminhada histórica intelectual no Estado que nasce em meados do século XIX e segue adiante. Estudos sobre as riquezas naturais do Estado foram desenvolvidos, contudo uma importante questão também contribuiu para a criação do curso – a problemática da seca no Ceará.
Surge dessa forma o curso de Agronomia com o objetivo de formar um profissional que pudesse desenvolver soluções para as questões agrárias e agrícolas do Estado. Esse objetivo é perseguido até hoje e renovado a cada geração, respeitando os desafios épicos.
Dentro de uma perspectiva socioeconômica e socioambiental, o curso de Agronomia tem reestruturado seu projeto pedagógico para contextualmente, formar melhor o seu profissional – o engenheiro agrônomo.
Dentro deste contexto, a superação de uma mera ordenação da grade curricular para uma articulação de componentes curriculares que, articulados entre si, propiciam a formação integrada do engenheiro agrônomo, tem sido perseguida e colocada em prática através do percurso crítico presente nas ações dos gestores do projeto pedagógico do curso (PPC): coordenações, administração superior em interfaces com os departamentos, movimento estudantil, associações, federações, conselhos, dentre outros. Tais ações se traduzem em conteúdos formativos das disciplinas, em práticas de laboratório e em práticas dentro do campo real de ação do engenheiro agrônomo. Estas ações visão atender às demandas da realidade agrícola e agrária do Brasil, em particular do Ceará, tendo em vista as especificidades regionais relativas aos aspectos qualitativos da produção agrícola e à preservação dos recursos naturais. Além disso, a escassez de água, a necessidade de estratégias de convivência com o semiárido, os impactos ecológicos do modelo de desenvolvimento atual requerem um profissional capaz de perceber nas questões técnicas, as profundas relações sociais, econômicas, culturais, políticas e de produção. Assim, esse profissional deverá articular os saberes acadêmicos com os saberes regionais específicos e plurais do setor agrário, sejam estes advindos da agricultura familiar, da patronal ou da empresarial. Essas ações ganham vida dentro do projeto pedagógico do curso a partir da criação de disciplinas e inclusão de novos conteúdos relacionados com as áreas de: Agroecologia, Biotecnologia, Engenharia de Sistemas Agrícolas, Floricultura, Hidrologia, dentre outros.
Ainda nessa perspectiva, criam-se estratégias pedagógicas que contemplam essas demandas gerando, no processo formativo, a aquisição de um saber mais contextualizado. As estratégias pedagógicas são, portanto, pilares que dinamizam o projeto pedagógico do curso e pontuam questões fundamentais que nos remetem às medidas concretas no interior do PPC. Estas possibilitam formar estudantes que tenham capacidade de pensar e agir a partir das demandas da natureza econômica, social, cultural, política e ambiental. Isso se dá não apenas sob a égide da formação disciplinar, mas sob a flexibilização curricular que incentiva as práticas culturais e políticas como atividades complementares do curso, bem como, a efetivação de estratégias pedagógicas que ocorrem no cotidiano do curso e incentivam docentes, discentes, corpo técnico e administrativo, tais como: parcerias, convênios, reuniões pedagógicas, intercâmbios, publicações, núcleos de estudos, projetos de extensão, monitoria de projetos, conferências, seminários, fóruns, feiras das profissões, dentre outros.
Essas várias possibilidades passam a compor a formação do estudante que, além das disciplinas, são motivados a pensarem a realidade agrícola e agrária, principalmente do estado do Ceará, a partir de atividades curriculares não obrigatórias e diversificadas que permitem a interação entre estudantes e os demais segmentos da comunidade acadêmica, e em alguns casos, de segmentos da sociedade, tais como: movimentos sociais, movimentos sindicais, federações, conselhos, empresas de pesquisa e extensão, etc. Isso possibilita a visibilização para o estudante de um novo perfil profissional do engenheiro agrônomo que dialoga não apenas com as questões de natureza técnica, mas também com as questões relativas ao contexto econômico, social, político, cultural e ambiental.
Nessa perspectiva, estudos foram feitos e novos conteúdos contemporâneos tem sido inseridos nos programas das disciplinas que foram criadas ou reestruturadas para atender a formação do profissional hoje, cuja formação é prevista e orientada pelas diretrizes curriculares nacionais do curso de Agronomia.